quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Incoerência Irredutível – um olhar sobre a caixa de ferramentas conceitual de uma pseudociência



The Quarterly Review of Biology · Dezembro de 2010

Autores:  Maarten Boudry (Ghent University),  Stefaan Blancke (Ghent University) e  Johan Braeckman (Ghent University)



Resumo

O conceito de Complexidade Irredutível (CI) tem desempenhado um papel fundamental na ressurgência do movimento criacionista durante as duas décadas passadas. Biólogos evolutivos e filósofos tem rejeitado, univocamente,  a suposta demonstração de ‘design inteligente’ na natureza, mas tem havido várias e aparentemente contraditórias linhas de crítica. Nós argumentamos que isto é devido ao fato da incoerência do próprio conceito de uso da CI por Michael Behe. Este artigo oferece uma análise de vários equívocos inerentes ao conceito e discute a forma como os defensores do teoria do Criacionismo do Design Inteligente (CDI) têm convenientemente tornado a CI em um alvo móvel. Uma análise destas estratégias retóricas nos ajuda a entender porquê a CI ganhou tanta proeminência no movimento do CDI e porquê, apesar da sua ausência de méritos científicos, ela até mesmo convenceu algumas pessoas bem informadas da iminente morte da teoria evolutiva. 

Palavras-chave

Complexidade Irredutível; Biologia Evolutiva; Pseudociência; Equívocos Conceituais; Criacionismo do Design Inteligente.

Introdução

Até a sua dramática derrota legal no caso Kitzmiller vs. Dover, o Criacionismo do Design Inteligente (CDI) foi a mais bem sucedida pseudociência das duas décadas passadas, pelo menos quando medido em termos de influência cultural. É instrutivo dar uma olhada na forma pela qual esta espécie de criacionismo conseguiu este sucesso, não obstante seus retrocessos estratégicos periódicos e completa ausência de méritos científicos. Certamente, uma explicação completa iria incluir razões religiosas, sócio-políticas e históricas, mas neste artigo nós vamos olhar mais de perto a caixa de ferramentas conceitual e estratégias retóricas dos criacionistas do DI. Como um estudo de caso, aqui nós iremos nos concentrar no conceito central de ‘complexidade irredutível’ (CI), mas outros exemplos podem ser encontrados. Nossa análise mostra que os equívocos conceituais inerentes ao conceito de CI, em particular sua função potencial como um alvo móvel nas discussões (Boudry and Braeckman, 2010), pode ajudar a compreender o superficial apelo do argumento do design baseado na CI, o qual é somente o mais recente de uma longa séria de ‘desafios’ criacionistas armados contra a teoria evolutiva. 

Complexidade Irredutível

Em 1996, o bioquímico e proponente do DI, Michael Behe, introduziu o infame conceito de complexidade irredutível (CI) em seu livro Darwin’s black box. Embora os críticos de Behe univocamente concordem que ele falhou em demonstrar traços de ‘design inteligente’ na natureza, tem havido muitas linhas de crítica, aparentemente contraditórias. Alguns cientistas evolutivos afirmam que os sistemas biológicos algumas vezes exibem CI conforme Behe a define, mas eles negam que isso coloca um problema para a teoria evolutiva (e.g. Orr, 1997; Shanks and Joplin, 1999; Miller, 2000). Outros sustentam que Behe nunca demonstrou a existência genuína de CI na natureza (e.g. Pigliucci, 2002; Forrest and Gross, 2007b). Pennock (1999:264-272) concorda com esta crítica, mas adimite a possível existência de sistemas biológicos CI, argumentando que estes, em qualquer caso, não ameaçariam a teoria evolutiva. Nós propomos que este criticismo aparentemente contraditório é de fato devido ao própria definição incoerente e uso enganoso da CI por Behe. Então, nós analisamos os equívocos conceituais inerentes à abordagem de Behe em vários níveis (ver também Dunkelberg, 2003). Finalmente, nós argumentamos que estes tipos de equívocos  permitem que Behe e seus colegas do CDI criem um alvo móvel para sua teoria, assim a imunizando conta a crítica. 

A evolução da Complexidade Irredutível

O conceito de CI, em si, tem um interessante pedigree ‘evolutivo’ (Forrest and Gross, 2007a:302). Ainda nas décadas de 1970 e 1980, criacionistas da Terra jovem usaram termos similares para descrever sistemas biológicos que eram alegados obstáculos à teoria evolutiva. Em 1974, Henry Morris, fundador do Institute for Creation Research e pai do movimento Ciência da Criação, argumentou em seu influente livro Scientific Creationism que “o problema é simplesmente se um sistema complexo, no qual muitos componentes funcionam juntos, e nos quais cada componente é unicamente necessário para o funcionamento eficiente do todo, poderia surgir por processos aleatórios.” (Morris, 1974:59) Em 1980, Ariel Roth, criacionista da Terra jovem, argumentou que a “criação e várias outras visões podem ser apoiadas em dados científicos que revelam que a origem espontânea de sistemas bioquímicos complexos e integrados, até dos organismos mais simples, é, na melhor das hipóteses, um evento muito improvável.” (Roth, 1980:83) [itálico nosso] Behe tem simplesmente adaptado estas noções criacionistas para seus próprios fins. Considere a sua definição de CI em Darwin’s black box

Por irredutivelmente complexo quero dizer um único sistema composto de várias partes que interagem e contribuem para a função básica, e onde a remoção de qualquer uma das partes faz com que o sistema efetivamente cesse o funcionamento. Um sistema irredutivelmente complexo não pode ser produzido diretamente (isto é, pelo melhoramenteocontínuo da função inicial, que continua a funcionar pelo mesmo mecanismo) por pequenas modificações sucessivas de um sistema precursor, porque qualquer precursor de um sistema irredutivelmente complexo que falte uma parte é, por definição, não funcional. Um sistema biológico irredutivelmente complexo, se existe tal coisa, seria um poderoso desafio à evolução Darwiniana. (Behe, 2006:39)

Complexidade redundante e irredutível

Behe então procede argumentando que, especialmente ao nível subcelular, muitos sistemas biológicos (e.g. o flagelo bacteriano) exibem CI. Muitos críticos observaram, entretanto, que os componentes de um sistema biológico típico manifestam considerável sobreposição e redundância funcional. Contrários às asserções de Behe, os sistemas vivos com frequência são bastante robustos às perturbações, apesar ou até mesmo por causa de sua complexidade (Ciliberti et al., 2007). No geral, o sistema exibe o que foi denominado “complexidade redundante” (Shanks and Joplin, 1999). Por exemplo, se eliminarmos um ou vários elementos da cascata de coagulação sanguínea, que Behe pensa ser uma instância de um sistema CI, o sistema ainda consegue executar sua função, embora não tão rápida ou eficientemente quanto antes. Da perspectiva da teoria evolutiva isso não é surpreendente: a seleção natural é um processo desajeitado e oportunista que trabalha com o material disponível. Assim, o generalizado fenômeno de complexidade redundante torna perfeitamente claro que a evolução por seleção natural pode gradualmente produzir sistemas cada vez mais complexos sem a chefia de um designer inteligente (ver abaixo).  

Dupla vida conceitual

Com certeza, não é difícil de encontrar exemplos de sistemas bioquímicos nos quais a remoção de apenas uma parte prejudica o sistema inteiro. Mas considere as frases de Behe “efetivamente cesse o funcionamento” e “por definição, não funcional”. Há duas possíveis reconstruções desta definição: 1) o termo “funcionamento” refere-se exclusivamente à função básica atualmente executada por todo o sistema  (e.g. o motor rotativo do flagelo bacteriano) e não pertence a outras funções possíveis (em outros contextos) quando um ou mais componentes são removidos; 2) a frase “efetivamente cesse o funcionamento” inclui qualquer função que o sistema danificado ou um de seus componentes possam realizar em outros contextos. Em princípio, não é muito difícil descobrir se um sistema exibe CI no primeiro sentido, o senso fraco. Deixando de lado a ambiguidade com relação ao que são as “partes” naturais nas quais o sistema tem de ser decomposto (Dunkelberg, 2003; Sober, 2008:135-160), basta fazer knock out destas partes, uma após a outra, e ver se o sistema ainda pode realizar sua função básica. Mas, de novo, a evolução por seleção natural é perfeitamente capaz de produzir sistemas complexos funcionais exibindo CI no senso fraco. Por exemplo, Lenski et al. (2003) usaram uma população de “organismos digitais” (i.e. programas de computador) para simular a evolução de sistemas complexos funcionais. Realizando uma série de experimentos de knock out em uma das funções complexas que emergiram de sua simulação, Lenski et al. foram capazes de determinar como muitas instruções “genômicas” estavam envolvidas em seu funcionamento. Os pesquisadores descobriram que a função “depende de muitos componentes em interação” (2003:141), a remoção de qualquer um causando a quebra do sistema. 

De fato, apena um sistema CI no segundo sentido, senso forte, poderia possivelmente colocar um problema para a teoria evolutiva, porque ele excluiria sistemas-precursores evolutivos e o desvio de função dos componentes do sistema. Contudo, é difícil ver como Behe poderia até mesmo começar a demonstrar a existência de um sistema assim sem recair no clássico “argumento da ignorância” (Pigliucci, 2002:67). Curiosamente, Behe maliciosamente explorou esta própria ambiguidade ao responder seus críticos. 

Em sua definição inicial, Behe dá a entender a interpretação fraca, mas então procede para usar o conceito em uma linha de raciocínio que apenas faz sentido sob a interpretação forte. Precisamente devido ao flagelo ser CI, Behe nos diz, ele não poderia ter evoluído por meio de mutações aleatórias e seleção natural. Entretanto, quando os críticos objetam que os componentes dos sistemas bem poderiam realizar funções outras em outros contextos, ou quando eles apontam para a possibilidade de indiretas vias evolutivas, Behe muda de volta para a definição fraca e culpa seus críticos de deturpar seu argumento.

Uma ratoeira conceitual

Por exemplo, Robert Pennock (1999:267) objetou ao argumento de Behe para o design que “mesmo se um sistema for irredutivelmente complexo com respeito à função básica definida, isto de maneira alguma implica que variações próximas não poderiam servir de outras funções próximas.” Razoavelmente, Pennock interpreta o argumento de Behe em um sentido que se destina a impedir qualquer intermediário funcional em uma via evolutiva direta ou indireta ao sistema atual:

“Behe afirma que nunca poderia haver quaisquer intermediários funcionais que a seleção natural pudesse selecionar na direção de qualquer sistema irredutivelmente complexo, mas não pode fornecer conclusão empírica de seu argumento conceitual “por definição.” (1999:267-268)

O raciocínio de Pennock está correto, com certeza, mas no prefácio da 10ª edição de aniversário de Darwin’s Black Box, Behe (2006:258) relata que “Pennock [simplesmente] substituiu seu próprio conceito de complexidade irredutível pelo meu”, depois volta à versão fraca, a qual meramente exclui melhoramentos diretos no sistema: “Pelo contrário, na página 40, eu assinalei  que, embora a complexidade redutível exclua rotas diretas, ela não exclui automaticamente as rotas indiretas.” (ver também Ratzsch, 2005). Assim, Behe protesta que Pennock “ignorou as qualificações importantes” (Behe, 2001:707) e simplesmente “construiu sua rígida definição espantalho de CI.” Mas o próprio Behe corajosamente declarou que qualquer sistema CI é um “poderoso desafio à evolução Darwiniana” (2006:39), e que “nós não sabemos de nenhum outro mecanismo, incluindo o de Darwin, que produza tal complexidade.” (1996:25) Assim, o fato de as próprias qualificações de Behe serem inconsistentes com sua orgulhosa apresentação da CI como um grande obstáculo para a evolução, dificilemente é um problema para Pennock. Relacionado a esse ponto, Behe reconhece que Pennock expôs uma fraqueza na definição de CI, devido a seu foco em sistemas já funcionais ao invés do desenvolvimento evolutivo de tais sistemas. Behe prometeu “reparar este defeito em um trabalho futuro” (Behe, 2001:695), mas ele nunca cumpriu aquela promessa, preferindo ignorar completamente o problema. 

Entretanto, a negligência do desenvolvimento evolutivo na definição de Behe é dificilmente algo trivial, e sua concessão a respeito das rotas indiretas é bastante importante, que parece estar completamente ausente na sua definição original (ver também Sober, 2008:161-162). Já no começo do século 20, o geneticista Herman Muller explicou como sistemas biológicos que dependem de complexas ações “interligadas”podem surgir por processos evolutivos: “Muitos dos caracteres e fatores que, quando novos, eram originalmente apenas uma habilidade finalmente tornam-se necessários porque outros caracteres e fatores necessários foram posteriormente alterados de modo a serem dependentes do precedente.” (Muller, 1918:463:464) Assim, a complexidade redundante eventualmente pode gerar CI (sob a interpretação fraca). Mais recentemente, o bioquímico e biólogo molecular A. G. Carins-Smith formulou o que é em essência a noção que Behe tem de CI, e propôs a analogia dos “andaimes” na construção de um arco para explicar a evolução de sistemas CI (Carins-Smith, 1986; ver também Orr, 1997; Pennock, 2000). A arco de pedra clássico é CI senso fraco, pois a estrutura irá colapsar logo que se remove a pedra angular ou uma das outras pedras. O suporte do andaime é necessário na construção de um arco de pedra, mas uma vez completado o arco, o andaime pode ser removido com segurança. Em uma veia similar, uma estrutura bioquímica pode ter funcionado como um andaime na evolução de um sistema CI, antes de se tornar dispensável e desaparecer: “antes que os vários componentes da bioquímica atual pudessem se ajuntar em alguma outra coisa” (Cairns-Smith, 1986:61).

Behe tem repetido um truque de mão similar quando lida com as objeções do biólogo molecular Kenneth Miller (2000). Miller aceita que alguns sistemas biológicos são CI como Behe os defnine (versão fraca), mas ele contesta as conclusões anti-evolulucionistas que Behe deriva da CI. Como um contra exemplo da afirmação de Behe, Miller oferece uma plausível reconstrução da história evolutiva do aparato auditivo mamífero de cinco partes, que ele argumenta se encaixar na definição de CI. Miller demonstra que as partes individuais do aparato auditivo – martelo, bigorna e estribo – evoluiu da parte traseira da mandíbula reptiliana. Importante, antes que eles migrassem para o meio da orelha e fossem adaptados para seus novos propósitos, estas estruturas eram perfeitamente funcionais de fato. Assim, Miller conclui que a declaração de Behe (2006:39) no sentido de que “qualquer precursor de um sistema irredutivelmente complexo que falte  uma parte é, por definição, não funcional” está claramente errada. Razoavelmente, Miller (2000:139) agora desafia a CI senso forte e demonstra o ponto crucial, que é o que “A necessidade de interligação [das partes do sistema de trabalho final] não significa que o sistema não poderia evoluir a partir de uma versão mais simples.”

Behe (2006:259), entretanto, respondeu que Miller “inventou sua própria definição privada de complexidade irredutível, e então argumenta contra”. É bem possível, escreve Behe,  que componentes individuais de um sistema CI pode exercer funções em diferentes contextos. Assim, de acordo com Behe (2006:260), Miller “redefiniu complexidade irredutível para que signifique que nenhuma das partes componentes de um sistema CI possa ter sua própria função separada do sistema.”

Mas, de novo, o equívoco está na definição de Behe, não na crítica de Miller. Tendo em mente que Behe trata a CI como um obstáculo intransponível para a evolução – que já é claro na própria expressão do termo “irredutível” – o crítico naturalmente confronta a reivindicação de Behe de “não-funcionalidade” apontando para diferentes funções executadas por precursores evolutivos de sistemas CI, os quais podem ou não ter contido partes do sistema atual. 

Afinal, se mantemos em mente que os sistemas biológicos podem ser exaptados ao longo da evolução para outra função que não aquela para qual foi originalmente selecionado, sendo integrado, por exemplo, como parte de um novo sistema realizando uma nova função diferente, então a firmação de “não-funcionalidade” de Behe se torna trivial (versão fraca) ou claramente errada (versão forte). 

O remédio conceitual de Dembski

Em No Free Lunch (2002) o criacionista aliado de Behe, William Dembski, propôs remediar os problemas conceituais da CI. Ele acha que o conceito de CI é “recuperável” (2002:280), e após uma série de modificações, chega à seguinte nova definição:

Definição (final) de CI – Um sistema realizando uma dada função básica é irredutivelmente complexo se ele inclui um conjunto de partes bem adaptadas e mutualmente interativas tal que cada parte do conjunto seja indispensável para a preservação da função básica, e portanto original, do sistema [ênfase nossa]. O conjunto destas partes indispensáveis é conhecido como o núcleo irredutível do sistema. (Dembski, 2002:285)

Adequadamente, Dembski argumenta (1999:148), a CI de um sistema é diretamente uma questão empírica:

O nocauteamento individual de cada proteína constituinte de um sistema bioquímico irá determinar se sua função é perdida. Se sim, nós estamos lidando com um sistema irredutivelmente complexo.  

Claramente, Dembski “ajustou” o conceito de CI na direção da interpretação fraca, restringindo a definição à função original básica do sistema. Sua versão atualizada tem o mérito da clareza conceitual (mas ver Perakh, 2002), mas ao remediar a ambiguidade conceitual de Behe, Desbski na verdade retira toda a fúria do argumento. Se a CI assim concebida é consistente com rotas indiretas e tortuosas, explicação do tipo andaime, sobre o que é toda esta algazarra? O colapso da CI nas mãos de Dembski ilustra que a ambiguidade conceitual que ele estava tentando salvar na verdade era muito conveniente para Behe.  

Nunca basta

Mesmo depois do tratamento de Dembski, os equívocos a respeito do conceito de CI ainda não estão resolvidos. Tendo falhado em provir um critério objetivo que faça das explicações evolutivas impossíveis, os proponentes do CDI retiraram-se para uma reivindicação probabilística mais fraca: conforme o número de componentes individuais de um sistema CI aumenta, a plausibilidade de uma sucessão gradual de leves modificações torna-se cada vez muito menor: “a força da inferência depende do número de partes, e quanto mais intricada e sofisticada a função, mair forte é a conclusão de design.” (Behe, 2006:265) Deixando de lado os problemas com esta alegada correlação entre o número de partes e a força da inferência de design, amplamente documentadas por Pennock (1999:270), ainda parecemos ter uma afirmação testável. Se nós pudermos encontrar um precursor bem funcional para um dos sistemas discutidos por Behe (ou um de seus componentes), o se pudermos construir um plausível via evolutiva para um dos exemplos de Behe, o argumento da ‘probabilidade’ colapsa. 

As reivindicações de Behe de fato têm sido testadas contra os fatos e deixaram a desejar (Miller, 2000; Lenski et al., 2003; Young e Edis, 2006; Forrest e Gross, 2007a). Em resposta a estas demonstrações, contudo, os proponente do CDI tardiamente ‘reinterpretaram’ suas reivindicações iniciais a fim de removê-las do alcance dos críticos. Uma primeira estratégia para este fim consiste em desviar o ônus da prova de vias evolutivas plausíveis para a história evolutiva real, sustentando que os grandes contornos da da explicação evolutiva plausível não são mais do que os pensamentos ilusórios e especulações darwinistas. A mesma técnica de propaganda enganosa pode ser discernida aqui: a CI constantemente se vangloria como um ponto de princípio para excluir a possibilidade de explicações evolutivas, mas logo que é desafiada nesse terreno, através de uma discussão de cenários evolutivos plausíveis, os criacionistas do DI fingem que eles sempre estiveram falando sobre caminhos evolutivos reais. Quando confrontados com evidência tangível de história evolutiva real, os teóricos do CDI recorrem a uma segunda estratégia, desviar suas reivindicações de design para as partes restantes do quebra-cabeça evolutivo, como se o problema ‘real’ sempre fora ali. Por exemplo, Kenneth Miller (2004) demonstrou lindamente as similaridades estruturais entre um componente do flagelo e o assim chamado sistema secretor tipo III. Ele argumentou de forma convincente que este é um precursor evolutivo bastante plausível daquele, que teria sido co-optado pela evolução para desempenhar uma nova função. Em resposta a essa demonstração embaraçosa, Behe (2001:689:690) simplesmente mudou sua atenção para a complexidade do recém descoberto sistema por si próprio, e ao mesmo tempo teimosamente insistiu que a montagem destes precursores no sistema do flagelo ainda é impossível sem a ajuda da mão de um Designer (Behe, 2004:359).  

À luz destas evasões, a questão que surge é se existe alguma quantidade de evidência genética comparativa, ou qualquer nível de reconstrução evolutiva, que poderia fazer Behe e seus aliados abandonarem suas afirmações de design. Por causa da negligência da alegação probabilística de CI (que nunca é baseada em qualquer quantificação séria das probabilidades), os teóricos do CDI podem continuar a elevar os requerimentos evidencias a um ponto onde o conceito de CI é colocado completamente fora do domínio empírico. De fato, quando pressionado a respeito do conhecimento disponível dos sistemas CI que ele usa, Behe deixou claro que apenas uma descrição completa, quantitativa e totalmente detalhada do que realmente aconteceu ao longo do curso da evolução poderia convencê-lo (Behe, 2007). Em seu testemunho  no julgamento Dover, Behe admitiu:
Eu não só precisaria de uma análise passo-a-passo, mutação por mutação, como também que ver a informação relevante tal qual o tamanho da população do organismo no qual estas mutações ocorreram, qual o valor seletivo para a mutação, se há alguns efeitos prejudiciais da mutação e muitas outras perguntas do tipo. (2005:19)

Mas está é uma demanda absurda, que nunca é cumprida em nenhum domínio científico, e que certamente não é  cumprida pelos próprios criacionistas do DI quando eles propõem ‘desing’ como uma explicação alternativa. Realmente, apesar desta demanda em tal nível elevado de evidência para evolução do que ele afirma ser sistemas CI, Behe tem sido completamente relutante em concretar a hipótese de design em qualquer nível, insistindo que os motivos e características do designer são de fato inescrutáveis e não nos dá nenhuma pista do seu modus operandi. Quanto ao requerimento de Behe por conhecimento totalmente detalhado sobre a história evolutiva, Pigliucci (2002:240) advertiu os biólogos tenham excesso de confiança ao assumir os desafios criacionistas e não confundir reconstruções parciais e cenários plausíveis com um completo entendimento do desenvolvimento evolutivo. De fato, aos teóricos evolutivos é melhor recomendado tentar explicar por que o ônus da prova insistida pelos criacionistas é absurdo, e assinalar que o conhecimento científico nunca será completo a este respeito. 

Em qualquer caso, o que é insincero no espetáculo de Behe é que este desafio a oferecer uma explicação evolutiva completa e passo-a-passo para os sistemas CI não é deixado claro desde o começo, mas é uma revisão tardia de sua afirmação original (baseada nas ambiguidades da sua definição). Em Darwin’s black box, Behe nos deixa com a impressão de que o conceito de CI é um princípio fácil de ser desafiado, mas quando seus críticos partem para isso, como nós vimos na discussão com Pennock e Miller, Behe se esquiva e evade como um coelho sendo caçado. Assim, o que resta do argumento de Behe se resume ao velho “argumento da incredulidade pessoal” (Dawkins, 1991:38), o que está muito longe do ‘critério objetivo’ que os teóricos do CDI têm prometido. 
É interessante notar que o mesmo padrão de raciocínio sempre foi exaltado nos argumentos criacionistas tradicionais sobre as tais ‘lacunas’ no registro fóssil. Os criacionistas dizem que seriam facilmente convencidos da evolução apenas se os ‘elos perdidos’ entre os grupos taxonômicos aparecerem no registro fóssil. Mas sempre que um tal fóssil é descoberto, ele reclamam que o intermediário não é realmente o ancestral do organismo atual (um requerimento impossível a partir dos fósseis),  ou até que os Darwinistas agora enfrentam um obstáculo ainda maior, pois ele ficaram com duas lacunas para explicar. O último princípio foi batizado de “Lei de Gish” pelo geólogo Robert S. Dietz (1983) em homenagem à Duane Gish, criacionista da Terra jovem.

Falsificação e Não-Instanciação

Claro, o argumento de design baseado na CI sempre permite um retiro final. Suponha que nós possamos dar os proponentes do CDI um descrição totalmente detalhada da evolução do flagelo bacteriano. Mesmo que a insistente teimosia de que o flagelo exibe CI àquele ponto torne-se absurda até mesmo aos olhos dos criacionistas do DI (embora não possamos ter tanta certeza disso), eles não teriam que considerar isto como uma refutação do CDI per se, mas um mero caso específico no qual a alegação de design não foi instanciada. A expectativa de que este sistema biológico particular exibiria CI e, portanto, seria um daqueles inconfundíveis traços de design, simplesmente estaria arruinado e a procura por novos obstáculos à evolução começaria. 

Na verdade, é sobre isto que é toda a história do movimento criacionista: se o caso a favor da evolução por seleção natural se torna esmagador, os criacionistas tipicamente desistem de seus exemplos favoritos de complexidade e atinam com novos, para os quais as origens evolutivas são relativamente obscuras (Pennock, 1999:171-172). Por exemplo, uma objeção tradicional à evolução costumava ser o olho dos vertebrados. Hoje em dia, o desenvolvimento evolutivo do olho dos vertebrados é bem compreendido e se tornou um argumento datado contra a teoria evolutiva.  Nem mesmo é um exemplo particular de dificuldade para a teoria da evolução, pois envolve pressões de seleção relativamente diretas. 

Conforme está sendo revelada a história evolutiva do sistemas do flagelo bacteriano e a cascata de coagulação sanguínea, a próxima geração de criacionistas sempre pode rejeitar seus CDI ancestrais e uma nova rodada de argumentos sem sentido pode começar (embora eles tivessem pelo menos de admitir que o antigo ‘critério de design’ era defeituoso pois gerou falsos positivos). Contudo, o abrigo em território desconhecido não pode continuar para sempre. Realmente, como Robert Pennock (1999:171) notou, a preocupação atual dos teóricos do CDI com as minúcias bioquímicas como o sistema propulsor da bactéria E. coli indica “o quão longe os criacionistas tiveram de ir para encontrar lacunas explicatórias significativas na teoria da evolução.”

Movendo as metas

A característica mais notável do conceito de CI não é muito a sua ambiguidade, mas a discrepância entre o que ele parece prometer e o que eventualmente entrega, Na medida em que as reivindicações empíricas testáveis estão em causa. Na primeira leitura do argumento de Behe, o leitor desavisado pode ter a impressão de que Behe realmente se impõe e apresenta aos evolucionistas um claro desafio empírico. Entretanto, este rigor aparente no conceito de CI como um critério de design, o que é sem dúvidas um atrativo para os evolucionistas, evapora sob um inspeção mais de perto. Sob a interpretação fraca, o conceito descreve um fenômeno bem conhecido no mundo vivo que não é problemático para a teoria evolutiva. Sob a interpretação forte, os sistemas CI de fato deixaria a teoria da evolução com sérios problemas, mas Behe não nos deu indicação de como poderíamos demonstrar se um sistema se qualifica como CI neste sentido. Em verdade, isso exigiria excluir qualquer história evolutiva concebível e, portanto, equivaleria a mostrar que nenhuma parte ou precursor do sistema em questão é capaz de executar qualquer outra função, em qualquer situação e a qualquer momento.
Isto permite um interessante estratégia de propaganda enganosa, que se poderia descrever da seguinte maneira: ‘Primeiro, apresente evidência para CI fraca no mundo vivo, então faça de conta que CI forte foi demonstrada e continue equiparar CI com “inevolutibilidade”. Se desafiado em bases empíricas, volte à versão fraca e acuse seus críticos de distorcer seu argumento. Mude a reivindicação de CI para subsistemas e montagem de componentes, continue aumentando os padrões de evidência e reafirme que tudo isso segue diretamente do critério objetivo simples de CI. Finalmente, quando realmente pressionado contra qualquer parede, desista deste sistema particular e encontre rapidamente um novo. Repita o círculo ad libitum.’

Mais equívocos

O conceito de CI feito de Behe não é a única instância de equívoco conceitual na literatura do CDI. Dois exemplos podem ser assunto de pesquisa posterior. Primeiro, quando escreve a cerca da ‘informação’, William Dembski subrepticiamente alterna entre a interpretação padrão da teoria da informação, na qual é uma medida da aleatoriedade de um sistema, a seu uso coloquial no sentido de ‘mensagem significativa’ (Perakh, 2004:64-75). Esta ambiguidade o permite dar a falsa impressão de que a ‘informação’ codificada no DNA aponta na direção de um designer inteligente. 

Um segundo exemplo é a respostas dos CDI à série de ratoeiras que John McDonald concebeu para refutar a reivindicação de que a evolução gradual de sistemas CI (sendo as ratoeiras mecânicas um exemplo de paradigma) é impossível. Tendo sido confrontados com sua ausência de imaginação, os teóricos do CDI agora queixam-se sobre a manifesta necessidade de orientação inteligente na construção desta série de ratoeiras (Behe, 2004:364-366). Surpreendentemente, eles argumentam que as ratoeiras de McDonald na verdade demonstram que um sistema CI sempre requer um Designer Inteligente. Mas esta réplica ilegitimamente desvia a discussão – que é, de fato, um artefato humano e, portanto, em qualquer caso irrelevante – da CI de uma ratoeira para a característica cega e não-guiada da evolução. 

Conclusão

Embora Kitzmiller vs. Dover tenha danificado o movimento do CDI em termos de credibilidade, este não demonstrou sinais reais de desaparecimento. Como Forrest e Gross observam no posfácio a seu meticuloso estudo da política e ideologia do CDI, o movimento simplesmente mudou a sua estratégia novamente. Depois dos recentes contratempos legais, eles foram forçados a deixar de falar do “design inteligente” e adotar palavras código como “liberdade acadêmica” e o ensino das “forças e fraqueza da evolução”. (Forrest and Gross, 2007b: 337) “[C]riacionistas nunca desistem. Eles meramente mudam sua estratégia a cada nova derrota.” (Forrest e Gross, 2007a:309)

Conforme transparece da sua concepção, o rápido sucesso do movimento do CDI nunca foi devido seus argumentos, mas sua ideologia religiosa, que foi epitomizada no assim chamado documento da cunha da cada do CDI, o Discovery Institute (Forrest and Gross, 2007b). Além da motivação religiosa, se pode apontar fatores sociológicos, culturais e políticos para explicar o notável sucesso do CDI (fora da comunidade científica, para ser exato), e é plausível que a persistência dos sentimento anti-evolutivos e o apelo contínuo do argumento do design também seja uma função de arraigadas disposições cognitivas e inabaláveis intuições teológicas a respeito do mundo (Kelemen, 2004; Kelemen and Rosset, 2009). 

Contudo, o anti-evolucionismo pode tomar várias formas, e nem todas elas podem atingir sucesso cultural igual. Neste artigo nos analizamos algumas das estratégias retóricas que Behe e outros teóricos do CDI têm usado na sua apresentação de desafio à evolução e defletir críticas válidas. Por um lado, nós afirmamos que a exposição de Behe para CI tem a aparência de um critério objetivo de design, o que o faz superficialmente mais respeitável do quê o antiquíssimo “argumento da incredulidade pessoal”. Por outra lado, os equívocos cometidos na construção da definição de CI o permite seus uso constante como um alvo móvel (Boundry and Braekman, 2010), uma espécie de quimera conceitual que é difícil de ser definida pelos críticos. Estas considerações, em parte, explicam porque o conceito de CI foi saudado pelo movimento como o desafio final à teoria evolutiva, e porque, apesar da sua completa falta de méritos científicos, proeminência no movimento do CDI e porquê, apesar da sua ausência de méritos científicos, ela até mesmo convenceu algumas pessoas bem informadas da iminente morte da teoria evolutiva. Como Robert Pennock (1991:1) escreveu: 

Pensamos no criacionismo como um conjunto de ideias que se reproduzem espalhando-se de mente para a mente e lutando com idéias concorrentes para um lar entre as crenças de uma pessoa. Às vezes, ele perde para ideias rivais mais poderosas, mas às vezes encontra solo mental receptivo, toma raiz e espera para ser repassado de novo.

De fato, nas duas décadas passadas o conceito de CI parece ter encontrado solo mental receptivo entre os anti-evolucionistas. Uma análise dos convenientes equívocos conceituais inerentes à CI, e as estratégias retóricas com as é apresentada, nos ajuda a entender esta notável fertilidade. 

Bibliografia
2005. Kitzmiller vs Dover Area School District. Transcript of proceedings. Afternoon session, 400 F. Supp. 2d 707. U.S. District Court for the Middle District of Penssylvania.

Behe, M J. 1996. Darwin Under the Microscope. The New York Times, October 29, 25.—. 2001. Reply to my critics: A response to reviews of Darwin’s Black Box: the biochemical challenge to evolution. Biology & Philosophy, 16(5):683-707.

—. 2004. Irreducible complexity: obstacle to Darwinian evolution. In W. Dembski and M. Ruse (eds.), Debating design: from Darwin to DNA, pp. 352-370. Cambridge University Press, New York.

—. 2006. Darwin’s black box : the biochemical challenge to evolution (10th Anniversary Edition).
Simon and Schuster, New York, NY.—. 2007. The edge of evolution : the search for the limits of Darwinism. Free press, New York (N.Y.). 

Boudry, M, and Braeckman, J. 2010. Immunizing strategies & epistemic defense mechanisms. Philosophia, 10.1007/s11406-010-9254-9.

Cairns-Smith, A G. 1986. Seven clues to the origin of life: a scientific detective story. Cambridge University Press, Cambridge.

UK.Ciliberti, S, Martin, O C, and Wagner, A. 2007. Innovation and robustness in complex regulatory gene networks. Proceedings of the National Academy of Sciences, 104(34):13591.

Dawes, G W. 2007. What is wrong with intelligent design? International Journal for Philosophy of Religion, 61(2):69-81.

Dawkins, R. 1991. The blind watchmaker. Repr. ed. Penguin books, Harmondsworth.

Dembski, W A. 1999. Intelligent design : the bridge between science and technology. InterVarsity press, Downers Grove, IL.

—. 2002. No Free Lunch: Why specified complexity cannot be purchased without intelligence. Rowman & Littlefield Publishers, Lanham, Ld.

Dunkelberg, P. 2003. Irreducible complexity demystified, Talk Reason.www.talkdesign.org/faqs/icdmyst/ICDmyst.html.

Forrest, B C, and Gross, P R. 2007a. Biochemistry by design. Trends in Biochemical Sciences, 32(7):301-310.

—. 2007b. Creationism’s Trojan horse : the wedge of intelligent design (Updated). Oxford university press, Oxford.

Kelemen, D. 2004. Are children “intuitive theists”? Reasoning about purpose and design in nature. Psychological Science, 15(5):295-301.

Kelemen, D, and Rosset, E. 2009. The Human Function Compunction: Teleological explanation in adults. Cognition, 111(1):138-143.

Lenski, R E, Ofria, C, Pennock, R T, and Adami, C. 2003. The evolutionary origin of complex features. Nature, 423(6936):139-144.

 Miller, K R. 2000. Finding Darwin’s God : a scientist’s search for common ground between God and evolution. HarperCollins, New York (N.Y.).

—. 2004. The flagellum unspun. The Collapse of “Irreducible Complexity”. In W. Dembski and M. 
Ruse (eds.), Debating design: from Darwin to DNA, pp. 81-98.

Morris, H. 1974. Scientific Creationism (general edition). Creation-Life Publishers, San Diego.

Muller, H J. 1918. Genetic Variability, Twin Hybrids and Constant Hybrids, in a Case of Balanced Lethal Factors. Genetics, 3:422-499.14

Orr, A H. 1997. Darwin vs. Intelligent Design (again): The latest attack on evolution Is cleverly argued, biologically informed—and wrong. Boston Review, 22(6).

Pennock, R T. 1999. Tower of Babel : the evidence against the new creationism. MIT press, Cambridge (Mass.).

—. 2000. Lions, Tigers and APES, Oh My! Creationism vs. Evolution in Kansas, AAAS Dialogue on Science, Ethics and Religion, The University of Kansas.http://www.aaas.org/spp/dser/02_Events/Conferences/CF_2000_04_1415_Teach/Abstract_Pennock.shtml.

Perakh, M. 2002. A free lunch in a mousetrap. http://www.talkreason.org/articles/dem_nfl.cfm#salvage.

—. 2004. Unintelligent design. Prometheus books, Amherst (N.Y.).
Pigliucci, M. 2002. Denying evolution : creationism, scientism, and the nature of science. Sinauer Associates, Sunderland, MA.

Ratzsch, D. 2005. How Not to Critique Intelligent Design Theory. Ars Disputandi: The Online Journal for Philosophy of Religion, 5.

Roth, A A. 1980. Implications of the various interpretations of the fossil record. Origins, 7(2):71-86.

Shanks, N, and Joplin, K. 1999. Redundant Complexity: A Critical Analysis of Intelligent Design in Biochemistry. Philosophy of Science, 66(2):268-282.

Sober, E. 2002. Intelligent design and probability reasoning (Developing an philosophical epistemology of irreducible complexity). International Journal for Philosophy of Religion, 52(2):65-80.

—. 2008. Evidence and Evolution: the logic behind the science. Cambridge University Press, Cambridge.

Young, M, and Edis, T. 2006. Why intelligent design fails : a scientific critique of the new creationism. Rutgers University Press, New Brunswick, N.J.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DNA Lixo: a volta dos que não foram

Nos últimos tempos, quando escrevo algo, geralmente trato de paleontologia. Antes eu dedicava maior atenção ao que acontecia no mundo molecu...